sábado, 3 de março de 2012

Eu, a minha corrida e um intruso











Então hoje foi dia de desporto para a mamã, porque maria-linda-da-mãe continua doentinha. De maneira que este sábado não houve piscina (ohhhh). Dormi bem, obrigada. Cá para mim era mesmo O Filho de mil homens, ou a barriga com fome, ou ambos. 
A chuvinha chegou mas não se revelou obstáculo à minha corrida. Tinha tudo do que precisava quando iniciei o meu xanax em versão sport. Vontade, música e mar, muito mar. Foram 4Km em 25 minutos. Foi um sufoco concluir os 25 minutos e foi ainda mais revoltante porque queria e conseguia fazer muito mais. Após sete ou oito minutos de corrida comecei a ouvir uma voz, inicialmente quase impercetível, mas ao fim de pouco tempo já percebia qualquer coisa como CAAASA. Não liguei e continuei a minha corrida no já conhecido e muito falado modo corre-à-Lili. O intruso decidiu fazer-me companhia, impacientar-me e também ele em modo corre-à-Lili ia dizendo bem juntinho a mim CAAASA. Aumentei o volume e tentei abstrair-me de tal voz. A cada minuto que passava eu acelerava e o intruso paralelamente gritava CAAASA. A determinada altura pensei enfiar-me numa casa de banho pública ali ao pé, mas a mesma estava encerrada, pois quer-me parecer que só reabre com a época balnear; entrar num café ou restaurante (há mil ali ao lado) e pedir socorro, tocar numa campaínha de uma casa e contar o que se estava a passar... mas não, o mais sensato foi correr em direção ao carro (valeu-me ter ido de carro até à beira-mar). Enquanto não chegava ao carro pensava no que fazer quando chegasse a casa. Se deixar o carro na rua (não porque perco muito tempo a abrir a porta da entrada) ou entrar diretamente pela garagem, enfiar-me no elevador e... ufa que estou safa! Cheguei ao carro já a caminhar. Os últimos 100 metros foram a passo porque quando aumentei a velocidade da corrida sentia-me ainda mais ameaçada. A coisa ficou mais confortável. No entanto, o intruso continuava ali. Eu sabia. Eu sentia. Entrei no carro, deixei cair os phones dos ouvidos embora a música continuasse a tocar. Pus o dedo sobre o botão do rádio e desliguei-o bruscamente, até isto era incomodativo. Não me lembro de ter colocado o cinto de segurança, mas devo ter colocado porque não me recordo de ter ouvido o pi pi chato em sinal de falta de cinto . Completamente extenuada, triste porque queria correr mais, nervosa porque nunca tal tinha acontecido arranquei em modo azeiteiro. Semáforo vermelho. E mais semáforo vermelho. E carros a movimentarem-se em modo domingo e eu em modo azeiteiro a acelerar sem sair do sítio.  Mal entro em casa ouço o marido "já?" não me lembro do que respondi. Dirigi-me apressadamente à casa de banho com vista para as estrelas e quando abracei a minha sanita senti-me confortavelmente segura. O intruso desaparecera tão rápido como surgiu. Parecia magia. 



Obs.: Depois disto acabei o meu treino na elíptica (mais 15 minutos). 

Vou comprar um redutor de sanita para a minha filha, se calhar aproveito e trago um pote para mim. Just in case...

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