terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Em suma

Dava a vida pela minha filha.
Não sei o que seria de mim sem a minha mãe.
Já sinto saudades da pessoa mais importante da minha vida apenas por saber que tenho menos de 24 horas ao seu lado. As saudades vão apertar. Muito. As lágrimas, essas, vão cair sem dó nem piedade, sempre que eu estiver sozinha. De preferência enquanto conduzo ou deito a cabeça na almofada, bem à noitinha. Ou enquanto escrevo. Como é o caso, pronto. 

Ai como eu gostava de saber lidar com as saudades de outra forma. Como eu gostava de fazer parecer tudo mais fácil. Por ti, por mim e por ela. Por todos. Mas eu sou assim. Sempre fui. E na verdade, chorar ajuda-me. Não sei explicar como. Mas fico tão mais aliviada. Tão mais leve. E a Maria hoje está a contribuir imenso para que eu me acalme. Ainda dorme.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Com 2 anos e já me fez corar


Há uns meses atrás...

- Mamã, olha um porquinho...
- Onde, filha?

Eu a conduzir e a Maria, como sempre, na sua cadeira, no banco traseiro.

- Ali, mamã 

Indicando, com o dedo, o famoso mealheiro Agatha Ruiz de la Prada by BES Junior.

- É mesmo, filhota. Que giro!




A semana passada, exactamente no mesmo sítio...

- Mamã, olha um macaco...
- Onde, filha? 

Enquanto reparava na janela onde continuava o porquinho BES Junior, ela responde...

- No meu dedo!

Acabadinho de sair do nariz.

(...)

Hoje, mas noutro banco...

Se até há bem pouco tempo fazia tudo com a Maria, agora está a tornar-se bastante complicado, sobretudo quando se trata de assuntos sérios e que merecem ser tratados com alguma calma e muita atenção. Ela não pára um segundo, recusa colo e na maior parte das vezes só sossega se puder mexer em tudo o que está ao seu alcance. Mas, na verdade, ela continua a acompanhar-me para todo o lado. E hoje, não foi excepção. A ida ao banco foi marcada, uma vez mais, por uma conversa entre mim e o gestor de conta enquanto a menina mais gira e mais traquina que eu conheço mexericava a secretária de um outro funcionário do banco que se encontrava de férias. Eu fiquei preocupada e insisti em tirá-la dali, mas ele entendeu não haver problema e era uma forma de a manter serena. Tão serena que até me esqueci dela por uns segundos. Assim que resolvi chamar por ela, não tanto por ter concluído a conversa, mas sim porque me estava a preocupar o seu silêncio, não vejo sinal da Maria.

- Maria?
- Maria, Maria?
- Maria, onde estás, filha?

A agência é pequena. Apenas estavam dois funcionários a trabalhar, um dos quais, o que conversou comigo, dava ordem de abertura da porta da entrada, a cada toque da campainha. Enquanto lá estive, não entrou ninguém. Ora, se não entrou nem saiu ninguém, ela tinha que estar por ali a fazer asneiras... Se, apesar de ter dois pisos, a Maria não desceu as escadas... onde se enfiaria ela? Ao ver-me visivelmente assustada, diz um funcionário, da sua secretária "Ela estava aí entretida". Voltei à secretária onde tinha estado e a Maria estava escondida, algures entre a cadeira e a mesa...
... a escovar os dentes! Morri de vergonha, de susto e sem saber o que fazer peguei nela ao colo, para fugir dali. Desejei que ninguém tivesse visto e perguntei, sem querer ouvir a resposta, "Maria, o que estavas a fazer?!" e ela disse, super entusiasmada "A lavar os dentes". Com uma escova de dentes de um funcionário que por acaso está de férias e que quando chegar vai achar, no mínimo, estranho encontrar a sua escova dentífrica aos pés da secretária. 
Nós já explicámos mil vezes que só se usa a nossa escova. Que cada um tem a sua e não se pode usar a dos outros. Mesmo assim, é vulgar assistirmos a cenas semelhantes, em que a Maria quer usar a do pai ou da mãe. Talvez por serem maiores, não sabemos. Mas daí até descobrir a escova de dentes de um funcionário do banco e não hesitar... Já em casa perguntei:
 -Maria, onde estava aquela escova dos dentes?
- Na gaveta, mamã.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Assim está muito melhor

Não tenho escrito com a mesma regularidade que escrevia há uns meses atrás. A minha assiduidade não vai além de uma visita diária, mesmo aos meus blogues preferidos. Decidi que o portátil, ainda que portátil, não deve sair do escritório. Morou algum tempo no balcão da cozinha e, nessa altura, a qualquer momento abria uma página. Lia de tudo um pouco e divagava imenso. Se umas coisas me inspiravam, outras deixavam-me ansiosa, nervosa e desanimada. Considerei que a melhor forma de tirar partido da internet em geral e da blogosfera em particular era uma visita diária, se se proporcionasse e se me apetecesse. E assim tem sido. Visito os meus blogues preferidos, com regularidade, embora seja regrada nos comentários e escrevo no Trinta nos dias em que me apetece muito. Ou para registar um momento que quero muito relembrar futuramente ou porque sinto muita vontade em partilhar algo. Ou simplesmente porque sim. Porque gosto e pronto. Esta foi a melhor forma de eu tirar partido do meu blogue (e da blogosfera em geral). Menos visitas ao facebook, menos blogues e mais tempo útil, mais felicidade, mais parque, mais biblioteca, mais leitura, mais séries, mais passeios e... o mais importante... mais partido da miúda mais gira desta casa.


E porque falei num dos meus blogues preferidos, devo aproveitar a ocasião para dar os parabéns à M pela simplicidade e humildade. Pela paixão pela fotografia (e que bem que sabe apreciar cada foto tua). Pela lufada de ar fresco que transmite. Pela boa disposição e pensamento positivo. Como eu gosto de te ler. Como escreves bem. Como sabes apreciar cada momento da vida. Como eu adoro quando me escreves. Sabes que comprei um jacinto há dias?! Inevitavelmente lembrei-me de ti. A tua imagem de marca. E uma das minha flores preferidas, descoberta muito recentemente. Um beijinho, L.


A culpa é da foca bebé

Comecei por ler duas histórias e na primeira noite, sem chupeta, até abri excepção a uma terceira, sendo que o "Principezinho" era de leitura obrigatória. SEMPRE. Mas há noites em que a Maria pede mais, mais e mais. Eu quase a morrer de sono e ela a pedir para eu continuar. Em determinadas situações entende que a mamã fica cansada e então pede um livro para ela ler. Folheia os livros e lê à sua maneira. Uma maneira que me deixa quase a dormir, de sorriso nos lábios, ou então desperta em mim uma gargalhada capaz de acordar vizinhos! 
Há dias foi assim.


Depois de eu ler O Principezinho; O Capuchinho Vermelho e Os Três Porquinhos.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

As duas numa de mimo ♥

Alguns dos hábitos da Maria, enquanto bebé, mantêm-se ainda aos dois anos, vinte e sete meses para ser precisa. Bebe o biberão de leite antes de deitar; adormece no carro e em determinadas noites decide acordar mais do que uma vez. Bastou uma semana com febre, tosse e vómitos à mistura, para reforçar as doses de mimo. Saltar para a cama da mãe e... adormecer ao colo. A sesta de hoje começou no carro. Do carro, para a cama. Menos de uma hora na cama e o intercomunicador começa a música do costume "Mamãaaaa" mas melodiosamente acompanhada de um choro que se percebe que ainda é de sono. Da cama e do quarto, para o colo, no escritório. E já lá vão duas horas e meia e um braço dormente; e uma mão cansada de teclar sozinha


E eu questiono-me muitas vezes se não serei demasiado permissiva. Se por um lado se fala tanto da importância das regras, porque é que eu pontualmente me esqueço delas. Para depois ficar a cismar no "e assim estraguei tudo. Ela que até já estava habituada a..."
Mas também penso muitas vezes no facto de daqui a pouco tempo (e é mesmo pouco tempo porque no que respeita ao crescimento das crianças somos unânimes em dizer que "o tempo voa"), a Maria dispensar adormecer assim e eu  recordar o bom que foi adormecê-la assim, sem ousar lamentar não o ter feito no momento certo. 
E se há dias que me preocupa o tempo que estou a dar colo porque tenho mil coisas para fazer, hoje não é um desses dias. Hoje algo me dizia que a tarde seria assim, de mimo. ♥ 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A Maria e os cães

Têm pouco mais de um mês e fazem as delícias da Maria.
Temos 2 para dar.


Ainda quer distância da mãe (grandalhona Kimba).  Mas dos pequeninos é abraços, mimos e beijinhos. Há dias, enquanto nos despedíamos dos meus pais, a Maria preparava-se para os beijar. Percebi isso assim que a vi baixar-se e intervi a tempo.  Antes de sair faz-lhes sempre uma festinha e fala com eles como se de pessoas se tratassem. Diz-lhes "Até amanhã", mesmo que o amanhã seja só "daqui a três, quatro ou cinco dias".  Pergunta por eles ao telefone e quer comer a sopa na varanda, para os poder ver. Uma aproximação que eu não tive [pelo menos nesta idade]. É bonito de se ver. 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O chamado EFEITO BRUFEN


A Maria, durante esta tarde...

Sentada no sofá, a olhar para a televisão, quase de olhos fechados, sem dizer uma palavra e a recusar tudo (brincar, comer, falar, dormir...).
Muda da fralda e termómetro no rabo. Trinta e oito ponto sete! E uma mãe aflita (mais uma vez). E desesperada e a querer bater, com muita força, neste desconhecido que por vezes decide aparecer e dar o ar da sua graça. Uma colher de brufen e outra de Fluimucil. Ela gosta tanto de xaropes que quando acabar os frascos acho que os encho de água. 

Uma hora depois... 

Enquanto eu preparo o lanche ouço "Mamã, mamã" e eu feliz, ainda sem olhar para o lado e a pensar "alto lá que isto agora já está a ficar mais normalzinho" viro a cabeça e quase desmaio tal é a risota depois de ver esta cara em jeito de FOTOGRAFA-ME!!! 

É o chamado EFEITO BRUFEN!!!
Ah, o pseudo colar é... um terço.




Andamos nisto dos termómetros, nebulizações, xaropes e afins, desde sábado. Domingo à noite só conseguimos descer a febre com um banho. Esta noite (2h30) os históricos 39.3º deixaram-me de coração apertado. De manhã decidi que o melhor seria fazer uma visita ao avô. Saímos de lá com antibiótico. E eu (que não percebo nada do assunto) dou até sábado para ver este bicho a milhas.